Freguesia do Rabaçal

RESENHA HISTÓRICA
Povoação e freguesia de S. Paulo, concelho da Mêda. Pertenceu ao concelho de Marialva extinto por decreto de 24 de outubro de 1855, passando para o concelho de Vila Nova de Foz Côa. Foi anexada ao concelho da Mêda por decreto de 4 de dezembro de 1872 que passou a integrar definitivamente.

HERÁLDICA
Escudo de prata, com uma telha de vermelho posta em pala, circundada de dois ramos de rabaça de verde, floridos de ouro, postos em orla e com os pés passados em aspa. Coroa mural de prata de três torres. Listel branco, com a legenda a negro: «RABAÇAL».

FESTAS E ROMARIAS
20 de Janeiro – São Sebastião

Igreja Matriz de Invocação a São Paulo

Capela de São Sebastião

Capela de Nossa Senhora dos Prazeres

Cruzeiros

Alminhas

Troços de Estrada Romana

Lagares Rupestres

Sepulturas Escavadas na Rocha

Fornos Telheiros

Fornos de Secar Figos

Solar dos Morgados

Casa do Redondo ou Casa Grande na Quinta da Bacelada

Notas Históricas
Tem-se como certo que o nome de “Rabaçal” provenha, como sucede com outras localidades com idêntica denominação, do facto de, nas suas cercanias existir um ribeiro onde haveria muitas rabaças (planta umbelífera, lat. rapatia). Há sinais de muita antiguidade na freguesia. Aqui se podem encontrar ainda troços da estrada romana que seguia para o Pocinho e daí para Chaves e Astorga.
Era curato de apresentação do Abade de Santiago de Marialva. Por orago tem S. Paulo Apóstolo e, no século XVIII, segundo indicação de D. Joaquim de Azevedo, fidalgo Capelão da Casa Real e Abade de Cedovim, para além de duas capelas particulares, havia, fora do povo, capelas das invocações de São sebastião e Nossa Senhora dos Prazeres. A localidade era já, nessa altura, relativamente populosa, pois contava 128 fogos e 316 almas. Tenha-se em conta que em 1900 a freguesia tinha 592 almas, atingindo o seu pico mais alto em 1940 com 772 habitantes. Partindo deste número e até 1981, o Rabaçal perdeu 39% da sua população, uma vez que então, tendo 472 habitantes, poucos mais tinha do que em 1708 (com 408).
O Século XVIII, na sequência da prosperidade geral do País, foi determinante quanto ao desenvolvimento da freguesia do Rabaçal. É desse período a vistosa Igreja Matriz, de estilo rococó e de fachada voltada a poente. Como elementos do referido estilo, no templo apresentam-se a torre sineira, terminada por uma cúpula bulbosa, à maneira da Europa Central e Oriental, aqui talhada com o duro granito da região. Entre as várias e numerosas peças artísticas, a Igreja possui duas belas cruzes processionais.
Desse período são também os dois solares existente na freguesia, ambos da Família Sampaio e Melo.
O primeiro, conhecido como a Casa do Redondo ou Casa Grande na Quinta da Bacelada, adoçada á povoação, foi pertença de Dª Arminda Sampaio e Melo e do médico, seu marido, Dr. Eurico Inocêncio. O teto de uma sala da Casa do Redondo ostenta pinturas em madeira representando quatro continentes: Europa, Ásia, África e América.
O outro solar é conhecido por Solar do Morgado. O Morgado, segundo conta o autor de “O Concelho de Meda – 1838-1999”, Dr. Jorge de Lima Saraiva, anos depois da construção desta casa, decidiu construir a Casa Grande, para onde foi viver, deixando na primeira as irmãs solteiras. Com a revolução de Abril, este solar, que se vinha degradando, entrou em quase ruína. A Família fez dele doação à Diocese de Lamego. Junto ao solar encontra-se uma capela, dedicada a Sant’ Ana, totalmente arruinada.
As habitações tradicionais na aldeia, apresentam uma forma geométrica simples, são de pedra, em granito da região, com poucas aberturas para o exterior. Ajustam-se à topologia local e algumas possuem pequenas escadas de acesso ao piso principal, uma vez que o piso inferior era, no passado, destinado á recolha de animais. Quem quiser apreciar casas típicas deste extremo da Beira Alta encontra na localidade muitas e variadas moradias que são verdadeiros modelos.

Bibliografia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Raba%C3%A7al_(M%C3%AAda)
http://www.heraldry-wiki.com/heraldrywiki/wiki/Raba%C3%A7al_(M%C3%AAda)
RODRIGUES, A. Vasco; Terras de Meda – Natureza, Cultura e Património; Edição Câmara Municipal de Meda; 2ª Edição; 2002.
SARAIVA, Jorge António de Lima; O Concelho de Meda, 1838-1999; Edição Câmara Municipal de Meda; 1999.