Colóquio Genealogia e História de Famílias

No dia 20 de outubro, no auditório da Casa Municipal da Cultura teve lugar o colóquio “Genealogia e história de famílias”. Com efeito, desde a inauguração do novo edifício da Biblioteca Municipal em 2008, por sua excelência o Presidente da República, Cavaco Silva, faz precisamente 10 anos no próximo dia 27 de novembro, que a biblioteca tem vindo a organizar anualmente colóquios sobre os mais variados temas, desta vez procurámos fazer uma abordagem da Genealogia convidando especialistas nesta vertente específica da história. A abertura esteve a cargo do Sr. Presidente da Câmara Municipal de Mêda, Anselmo Sousa, que na sua prelecção referiu o interesse que tem vindo a assumir a investigação na área da genealogia justificando com o facto de a vida existencial ser de curta duração e a descoberta de pessoas de quem provimos como que vem prolonga-la em termos temporais, por essa razão acrescentou cada vez mais as pessoas pretendem fazer a árvore genealógica da sua própria família, quer sobre as origens paternais, quer sobre as origens maternais.

Fernando Correia da Silva o orador convidado que veio em representação da Associação Portuguesa de Genealogia identificou numa comunicação intitulada de “Genealogia, Património Universal da Humanidade”, as três palavras-chave da Genealogia “Identificação, reencontro, utilidade”, exemplificando com diversos nobiliários como o do Conde D. Pedro filho d’el-rei D. Diniz, escrito entre 1340/1344, o de Damião de Góis, o de Manso de Lima, Luís da Gama… Salientou ainda a origem longínqua do fenómeno genealógico centrado na sentença divina «crescei e multiplicai-vos»; embora, os registos paroquiais continuem a ser fonte primordial, estão a surgir na actualidade um novo tipo de fontes e estratégias metodológicas de apoio aos genealogistas que poderão e deverão ser aproveitadas para a história local e das mentalidades.

Pedro Saldanha advogado e historiador veio de Trancoso para nos sensibilizar para a importância da genealogia no conhecimento do património, especificando com o Solar dos Brasis da Torre do Terrenho, artisticamente de inspiração brasileira, tendo por fundador Luís de Figueiredo guarda-mor e provedor dos quintos reais nas minas de ouro do Brasil. Alertou ainda para a necessidade de salvaguarda e conservação deste imóvel, em evidente estado de degradação.

Seguiu-se a comunicação de António Maria de Assis. Ausente por motivos de indisponibilidade, foi lida e comentada por Adília Fernandes natural de Torre de Moncorvo e doutorada em história. Com o título “Entre o Povo e a Nobreza – A Mobilidade social nos séculos XVII e XVIII em Portugal, procura numa perspectiva aglutinadora discernir sobre a necessidade de abrangência social nos estudos genealógicos.

Após breve pausa procedeu-se à apresentação do livro “Todos menos eu!” de Fernando Sousa, natural da freguesia de Outeiro de Gatos. Carlos Proença, fez a apresentação de um livro de memórias de infância em que o autor fala de si na primeira pessoa, volvendo um curto período da sua existência em que há um desprendimento e alheamento das coisas do Mundo, vivendo tranquilo e feliz rodeado do carinho do pai, da mãe e dos outros irmãos. A acção decorre numa época em que o poder económico está ligado à actividade agrícola e à posse da terra, retractando o autor o mundo rural de uma aldeia da Beira Interior onde nasceu e cresceu, com referências a espaços do concelho de Mêda: Enxameia, Marialva, Aveloso e Sapateira.

No período da tarde foram retomados os trabalhos com a abertura na Biblioteca Municipal da Exposição “Nós Vivemos procurando a Procura Faz a Vida”, uma resenha Biobibliográfica do Professor Adriano Vasco Rodrigues. Esta exposição continuará patente até final do mês de novembro. Na Casa da Cultura prosseguiu-se com a homenagem ao Professor Adriano Vasco Rodrigues mediante a exposição do seu vasto currículo repartido pela investigação histórica, arqueológica, etnográfica, docência, política, a qual se cruzou vastas vezes com as Terras de Mêda. Alguns desses momentos foram objecto de um pequeno vídeo, foi uma forma de recordar e de lhe prestar a gratidão de todos os medenses, visto a nossa história local muito dever a este distinto professor, autor da monografia “Terras da Mêda, natureza, cultura e património”.

Por detrás deste grande homem esteve sempre uma grande mulher, Maria da Assunção Carqueja Rodrigues, que foi na realidade a sua âncora, o seu refúgio, o farol nos momentos de maior nebulosidade. Assim, o Município de Mêda não quis deixar de introduzir a poesia de Maria de Assunção musicada e declamada, de modo a concretizar e solidificar conceitos filosóficos vertidos numa pequena entrevista feita ao professor.

Finalmente, Jorge Saraiva fez a análise do conteúdo da obra literária composta por mais de uma centena de títulos estruturando-a em quatro grandes categorias e/ ou paixões: educação, judaísmo e inquisição, património cultural e arqueologia.

Está de parabéns o Município de Mêda e a sua Biblioteca Municipal por esta iniciativa, não só por ter a preocupação de debater de forma ágil e versátil todas as áreas do conhecimento mas, também, por mostrar a sua gratidão e reconhecimento por todos aqueles que de forma altruísta e cívica muito fizeram pelo nosso concelho.

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